Meu filho não quer comer

Falta de apetite é uma das queixas mais comuns nos consultórios pediátricos. Muitas mães dizem com bastante ênfase: "Meu filho não come nada, nada, nada.” Muitas delas acrescentam que a criança está assim há meses ou que nunca teve bom apetite. Diante disso, nossa tendência é pensar que a criança está em pele e osso, mas, na maioria das vezes, ela está ativa, com ótima aparência e com o peso dentro dos padrões da normalidade. Então, será que a criança não come nada ou não come tanto quanto os pais desejam que ela coma? Será que ela nunca teve bom apetite ou não gosta de alguns tipos de alimento?

Na pressa de ver a criança alimentando-se bem, os pais querem uma solução rápida e mágica: um remédio para abrir o apetite. No entanto, há alguns passos a seguir, e o remédio pode ser necessário ou não. Inicialmente, uma boa conversa sobre os tipos de alimento oferecidos, os horários, as quantidades e também sobre a dieta dos outros membros da família. Se a criança teve ou está com tosse, febre, dores, vômitos, diarreia; situações essas que podem interferir na vontade de comer. Depois disso, o exame físico que começa pela aferição do peso. Se tiver anotações sobre o peso dos últimos meses, melhor, pois o peso de uma única ocasião não é suficiente para dizer se a criança emagreceu.

Em alguns casos, a inapetência é transitória e sua causa é descoberta durante o exame físico, como cáries, lesões na boca, infecções de garganta, gripe, etc.

Quando a inapetência é real e persistente, acaba por afetar a saúde da criança e se manifesta pela parada do ganho de peso e, depois, pelo emagrecimento. Nesse caso é preciso lançar mão de exames, iniciando pelos mais comuns, como os de sangue, fezes e urina. Verminose, anemia e infecções podem causar inapetência e a criança volta a comer bem após o tratamento da causa. É importante pesquisa r também problemas emocionais.

Como se percebe, a solução do possível problema pode ser com ou sem remédios, mas em qualquer dos casos depende da orientação do pediatra e também da atitude da família.

Drª Élida Moreira Pediatra, RJ.
Extraído da Revista Visão Missionária, UFMBF – 2T13.

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