As bem-aventuranças do ancião

Bem-aventurados aqueles que entendem meu passo vacilante e minha mão trêmula.

Bem-aventurados aqueles que têm em conta que meus ouvidos já têm que se esforçar para captar as coisas que eles falam.

Bem-aventurados aqueles que se dão conta que os meus olhos já estão nublados e minhas reações são lentas.

Bem-aventurados aqueles que desviam dissimuladamente os olhos ao ver que derramei a xícara de café na mesa.

Bem-aventurados os que com um sorriso alegre me concedem um tempinho para falar de coisas sem importância.

Bem-aventurados aqueles que dizem: “já ouvi esta história”.

Bem-aventurados os que sabem preparar-se para trazer à conversação a memória do passado.

Bem-aventurados aqueles que me fazem compreender que sou amado e que não estou abandonado e só.

Bem-aventurados aqueles que compreendem que me custa muito encontrar forças para levar a minha cruz.

Bem-aventurados os que facilitam o passo final com amabilidade e boas maneiras.

(Colaboração de Ilma Vieira Silva)
Extraído da Revista Visão Missionária, 3T13 – UFMBB.

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