Batendo na bênção

“Porém a jumenta me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se desviasse de diante de mim, na verdade que eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida”. (Números 22.33)

Balaão bateu três vezes em sua boa jumenta, achando que a estava corrigindo. A primeira vez foi porque a jumenta se desviou do perigo de morte, indo para o campo. A segunda vez foi porque suas manobras evasivas machucaram o pé do profeta; e a terceira foi porque empacou, e não queria seguir em frente.

Pasmem! Balaão não ficou satisfeito com a pancadaria na jumenta. Se tivesse uma espada na mão a teria matado.

Quantas e quantas vezes nos encontramos batendo naquilo que só nos faz bem! Dirigimos a nossa fúria contra pessoas que nos amam e procuram nos orientar com sabedoria. Ficamos cegos em decorrência de nosso egoísmo. Só divisamos os nossos interesses, e alguns bem mesquinhos. Ficamos revoltados com as situações que, de certa forma, nos impedem de atingir os nossos alvos e satisfazer nossos desejos.

Por outro lado, vejo Deus colocando empecilhos para que não alcancemos nossos objetivos escusos, justamente para evitar a nossa morte espiritual e até física.

Deus nos ama e quer o nosso bem maior, por isso creio, sem sombra de dúvida, que Ele nos guia para o centro de sua vontade. Em que pese a nossa livre vontade, Deus vem trabalhando na nossa vida o tempo todo, embora na maioria das vezes não percebamos. Por causa do pecado, temos certa dificuldade em discernir a presença divina ao nosso redor, bem como as ações divinas a nosso favor e a favor do Reino de Deus.

Mesmo com a forte advertência do anjo e a dura palavra da jumenta, Balaão não se consertou. Acabou pagando pela cobiça com a própria vida. Não bata na bênção, receba a advertência divina com humildade. Não saia por aí batendo em todo mundo.

Marcos Nascimento Pastor
Extraído da Revista Desafio Missionário, UFMBB – 3T13.